Se a religião pode significar um caminho para a individuação, conforme no link anterior, ela pode trazer alguns prejuízos para o indivíduo.
Jung nos aponta para os seguintes: inflação e fundamentalismo.
Por inflação, ele entende:
"Uma consciência inflada é sempre egocêntrica e consciente apenas de sua própria existência. É incapaz de aprender a partir do passado, incapaz de compreender os eventos contemporâneos, e incapaz de tirar as conclusões certas a respeito do futuro. Está hipnotizada por si mesma, não podendo, por isso, ser questionada. Condena-se inevitavelmente as calamidades que devem golpeá-la mortalmente. Paradoxalmente, a inflação é uma regressão da consciência à inconsciência. Isto sempre acontece quando a consciência toma sobre mesma conteúdos inconscientes demais e perde a capacidade de discriminação, a condição sine qua non de toda consciência" (Psicologia e alquimia. Petrópolis, Vozes, 1990, p. 500. Obras Completas V. 12, par. 563).
Infelizmente, não é incomum encontrarmos religiosos "incapazes de compreender os eventos contemporâneos", que implicam quanto ao futuro à curto, médio e longo prazo, da sua própria religião. Assim, a pessoa está hipnotizada por ela mesma, seja por débitos cognitivos, ou por temer uma ampliação de sua consciência, por insegurança em seus próprios alicerces religiosos, não admitindo questionamentos que poderiam levá-lo a um novo nível de compreensão da realidade histórica que está inserido, crendo-se superior aos outros.
Quanto ao fundamentalismo, visite o próximo link.
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