O que fazer
quando os problemas não são resolvidos, mas ao invés disto, outros surgem, e a
situação que já era difícil, piora ainda mais?
Talvez você
esteja enfrentando situações que dão sinais de que os problemas além de não terem
diminuído, antes tudo se complicou mais ainda.
O Salmo 71, nos
ilustra bem esta situação.
O envelhecimento
chegou para o salmista de tal maneira, que os seus problemas aumentaram.
Ele não pode mais
contar com ele mesmo, como antes. As limitações chegaram aos poucos, e de modo
implacável avançaram a cada dia, deixando-o abalado.
Ao invés de viver
sem problemas seus últimos dias de vida, conforme, provavelmente, seja o sonho
de todos nós, para ele a longevidade era um grande e difícil problema.
Aos outros ele é tido
como um “portento” – vs. 7 – alguém que ainda consegue vencer as situações com
a mesma disposição que sempre demonstrou, como se fosse um milagre, mas ele
sabia que não era mais o mesmo, mas que só se mantinha de pé porque o Senhor
estava com ele.
Suas “forças”
estão faltando – vs. 9 – ele estava vivendo na pele o que o escritor dos
Eclesiastes – 12.1-7 – descreve acerca da última fase da vida dos homens – o
envelhecimento.
Para Salomão, o
envelhecimento é o período em que se diz, ainda que no íntimo e na solidão do
quarto:
que não se tem
mais alegria e tudo se torna cansaço e aborrecimento; que não se tem mais as
mesmas possibilidades;
que as
oportunidades passam a ser consideradas como limitações, como impedimento de
fazer o que faria, se fosse mais jovem;
que o trabalho se
torna algo penoso, e não mais como um serviço em benefício próprio, porque os
braços e pernas estão fracos, isto é, a massa muscular não consegue mais
sustentar o corpo, não podendo ir onde gostaria de estar, que quando era jovem,
certamente realizaria, sem considerar obstáculo algum;
que os olhos não
são mais os mesmos: o prazer de enxergar as belezas da natureza não é mais
possível, o encantar-se com a leitura, já se tornou dificuldade, com a desculpa
do tamanho da letra;
que para viver
alguns dias a mais, depende de remédios para quase tudo: para a pressão, para
dormir, para abrir o apetite, para respirar melhor, etc.
O envelhecimento
é problema, quando não se pode falar desimpedidamente, porque os lábios
perderam a elasticidade e ficaram murchos, ou então, o que é mais comum e
infelizmente mais triste, não se pode dizer o que se quer, porque logo é
censurado pelos familiares, que nunca foram autorizados a responder por nossa
vida e se intrometem em assuntos, que antes eram tratados com independência e
liberdade, ou então, porque os lábios não acompanham mais a memória, que falha
e impedem de falar das lembranças mais recentes, e nos deixam amargurados pelas
lembranças mais desagradáveis do passado, ou ainda, as palavras saem fracas e
tremidas, como que volta a ser criança, pela necessidade de fazer uso dos
profissionais da fonoaudiologia.
Quando não se
ouve bem, e que às vezes, mesmo fazendo limpeza dos ouvidos, ainda assim precisa
de aparelho auditivo, e há momentos quando se percebe que as pessoas ficam
incomodadas, apesar do esforço que se faz para, simplesmente, ouvir, e as
pessoas não percebem que é a pessoa que está incomodada com a baixa audição.
Quando o apetite
alimentar não é mais o mesmo. A dieta alimentar é sem graça; não pode mais
comer do que mais gosta e quer, porque a taxa de colesterol está acima do normal.
Quando sente que
a morte está mais perto do que nunca, e que o fim é muito triste.
E, para piorar
ainda mais a situação, que já não é agradável, como se fosse possível piorar o
que já está complicado, quando alguns fatos aborrecem, entristecem e preocupam.
Ou seja, ao invés de descansar em paz, como desejou a velhice, fica-se
espantado e assustado com o que se vê.
Voltando ao Salmo
71, o salmista acrescenta que as angústias e os males aumentaram, ao invés de
diminuírem – vs. 20.
Ao invés dos
problemas serem resolvidos e a vida tomar um rumo de alegria e felicidade, é
como se o coração ficasse mais apertado, porque não se tem mais a energia, o
entusiasmo de quando era jovem.
Não é mais a
mesma pessoa, que antes não se preocupava com certas coisas, mas que agora as consequências
parecem ser piores e aumentaram mais, à medida que a consciência de que não se
é mais o mesmo.
É como se
repetisse o que acontecera na adolescência – não era mais criança, mas também
não era jovem, e assim, viveu durante um certo tempo, sem saber o que realmente
é.
Mas, não é só
biologicamente que sofremos as limitações físicas da vida, em que as barreiras
se tornam instransponíveis. Psicologicamente, ou emocionalmente, também
passamos por situações semelhantes, isto é, vivemos situações que os problemas
não diminuem:
a auto-estima não
se eleva;
a irritação, mau
humor e atitude pessimista em relação à vida continuam tirando a alegria de
viver;
o interesse
sexual diminui;
a ansiedade
aumenta;
a depressão
continua a nos engolir vivos;
o egoísmo e a
pretensão se fortalecem; etc.
E, emocionalmente
abalados, nosso sistema de defesa enfraquece e facilmente contraímos doenças
oportunistas: gripes e resfriados; dores de cabeça crônicas; úlceras nervosas;
doenças de fundo emocional, que os exames médicos não conseguem diagnosticar; e
tudo isso, nos leva a desenvolver vários tipos de câncer ou doenças
degenerativas, como Mal de Alzheimer, entre outras.
Deixemos para os
diversos especialistas das áreas médicas e outras, os conselhos para que a vida
biológica seja o mais saudável possível, mas tomemos os textos bíblicos – Salmo
71, Jeremias 1.4-5, 17-19, I Coríntios 12.31-13.13, Lucas 4.21-30, como
instruções para nossa alma, do que podemos fazer quando os problemas não são
resolvidos, mas ao invés disto, outros surgem e a situação que já era difícil,
piora ainda mais.
Jeremias 1.4-5,
17-19 – nos diz: “cinge os lombos, dispõe-te e fique firme como uma cidade
fortificada, como uma coluna de ferro e como muros de bronze. Muitos pelejarão
contra você, mas não prevalecerão, porque Eu sou contigo”.
É como dissesse:
“Eu estou com você. Mesmo quando as situações já poderiam estar melhores, mas
ao contrário, outros problemas apareceram, e tudo se tornou mais difícil.
Confie em mim, apesar de tudo. Eu estou com você e o livrarei”.
São muitas as
palavras do Salmista – 71 – do que podemos fazer quando ao invés dos problemas
serem resolvidos, outros surgem, e a situação que já era difícil, piora ainda
mais:
Orar por você
mesmo;
apresente sua
vida todos os dias a Deus;
peça a Deus para
que Ele seja a Tua Rocha firme, quando as situações pioram;
apoie-se sempre
nEle;
seja Ele a Tua
esperança e sua única ajuda;
não se esqueça de
louvar a Deus, ainda que só com palavras, mas que seja de dia e de noite;
louve a Deus, não
é só cantar, mas falar do que Ele já fez por você, mesmo que seja só para você,
mas conte aos outros também, mas não se esqueça de louvar a Deus, com a música
também - não sufoque a música que existe dentro do teu peito, cante bem alto e
com alegria;
lembre-se que
você pode ser a única prova do milagre de que Deus está com os homens;
ainda que você
esteja velho, não se afaste dos jovens para que eles sejam instruídos pelo seu
testemunho de vida;
ainda que você
enfrente problemas maiores e tristezas piores, confie no Senhor que lhe
devolverá a alegria de viver e entusiasmo, mesmo quando for velho ou velha, da
mesma maneira, quando você era criança;
não se esqueça
que Deus é o mesmo desde a sua infância.
Na experiência do
Apóstolo Paulo – I Coríntios 12.31-13.13 – o que podemos fazer quando os
problemas não são resolvidos, mas ao invés disto, outros surgem, e a situação
que já era difícil, piora ainda mais, está em tomarmos uma atitude de amor pela
vida:
É o amor pela
vida que nos faz andar de mãos dadas uns com os outros, apesar das nossas
diferenças;
sermos sensíveis
à beleza, apesar de às vezes o medo querer nos deformar;
sermos bondosos,
apesar da violência e a crueldade que muitos estão tomando como normas da
existência;
sermos
verdadeiros, não pelo amor da verdade que fere e não ajuda a esquecer as
fraquezas de que se é possuído, e que tortura o semelhante, mas sermos
verdadeiros para conosco mesmos, isto é, não fugirmos de nossas fraquezas e
maldades, do quanto somos culpados pela infelicidade dos outros, sermos
verdadeiros para conosco mesmos, de nos encararmos de frente, de quanto ódio
temos dentro de nós, de quanto nos achamos melhores do que os outros.
Para Jesus, o que
podemos o que fazer quando os problemas não são resolvidos, mas ao invés disto,
outros surgem, e a situação que já era difícil, piora ainda mais? – conforme Lucas
4.21-30:
não desista do
bem, ainda que por causa disso, você arrume inimigos;
lembre-se: você
não está aqui para fazer aos outros, nem que esperam de você, para que você
seja amigo deles - você está aqui para fazer aos outros, algo que atenda às
necessidades deles;
faça como Jesus,
não se iguale aos que querem que pense como eles, só porque é maioria;
passe por entre a
multidão e deixe de lado os que querem obrigá-lo a ser igual a eles;
seja como Jesus.